Prefácio


Eu confesso que me sinto satisfeito e honrado por contar com a Andi Jarrett-Johnson entre os meus amigos. Já nos conhecemos desde há longa data, essencialmente de uma noite de poesia que se realizava com regularidade em Richmond e, além disso, do Richmond Writers Group, de que ambos éramos membros. 

Veio de então o meu conhecimento de alguns dos seus poemas, que respiravam uma tensão invulgar entre uma história pessoal de perda e descoberta. Os poemas transmitiamk essa tensão, mas também um perfil mais quente e optimista, que tornava a Andi uma pessoa que vale a pena conhecer.

O nosso conhecimento mútuo data já de há muitos anos e encontro sempre na poesia de Andi qualquer coisa para me inspirar e qa quem posso oferecer as migalhas de inspiração que transporto.

Tenho, de qualquer modo, a agradecer a disponibilidade da Andi para algumas sessões intermináveis de Skype, onde procurei tirar as dúvidas que me apareceram e colocá-la em diálogo com a minha tradução, tarefa tanto mais difícil porque ela não conhece Português. Embora quisesse que ela estivesse cá para o lançamento do livro, tal coisa foi impossível. Procuraremos compensar isso com um lançamento remoto, por Facebook e Skype, e garantindo um contacto pessoal com os leitores.

.Estes poemas, os primeiros poemas da autora publicados em formato de livro, são poemas que se focam essencialmente na experiência de crescimento e desenvolvimento da autora. Eram inicialmente mais poemas, mas a particularidade de, para esta colecção, trabalharmos com um número forçosamente limitado de págimas, e, por outro lado, termos de lidar com as limitações que ocorrente format de impressão traz, fez com que não os pudéssemos incluir a todos.

Foi nossa ideia, desde o princípio, produzirmos uma edição bilingue dos poemas, tendo os textos originais a par com a sua tradução . Na edição, colocamos o texto original dos poemas em Inglês nas páginas pares e o texto das suas traduções nas ímpares, pelo que, em poemas de mais do que uma página, a primeira página da versão Inglesa será seguida pela primeira página da versão Porruguesa, apenas então sendo seguida pela seguna página das duas. Será questão de dizer que a tradução foi a modos que difícil, sobretudo pela vontade de preservar o ritmo da linguagem e o recurso a coloquialismos. Em particular, alguns títulos de poemas tiveram de esperar alguns dias até aparecerem na minha mente traduções válidas. Será de sublinhar que a ideia nunca foi a de forçar uma tradução, mas a de a deixar brotar naturalmente. Eu sou obviamente suspeito, enquanto autor da tradução, mas parece-me a mim que os poemas e o seu inglês original estão respeitados.

Devendo chamar a atenção para algum poema, chamá-la-ia para os dois primeiros e para a sua natureza pungente. No que Andi escreve e no que quem a conhece pessoalmente sabe, alguns destes poemas acabam por documentar uma descida às profundezas de um inferno pessoal e o seu regresso. Estes poemas não são, no entanto, poemas que deprimam, Têm a natureza de um confronto básico com a dualidade, em nós, entre desespero e esperança. Nos poemas da Andi, mesmo quando nos confessamos perdidos, sabemos que algo vai brotar daí.

Boa leitura.

 

Armando Halpern

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