Editorial
Bem-vindos ao Fio de Ariadne! Venham a bordo deste primeiro número de uma revista inteiramente dedicada à literatura, sobretudo poesia.
Pegando, antes de mais, nas muitas pessoas que ouvi dizendo-me que não seria boa ideia lançar agora uma revista de poesia, tenho a responder que, de um modo geral, fui militantemente surdo aos seus comentários a maior parte das vezes bem intencionados. De algum modo, editar revistas de poesia é algo de que eu sei e fiz bastante, sobretudo nos tempos (15 anos) em que vivi em Inglaterra e, por outro lado, enfatizando a minha actividade como poeta e ficcionista, parece-me natural aparecer com uma revista marcando o fim da segunda fase de confinamento.
Todos temos a lamentar algumas perdas irreparáveis de gente próxima e, não sendo eu excepção, perdi o meu pai neste último confinamento. Lanço assim esta revista sabendo de antemão que não o terei a meu lado na noite de lançamento nem lhe oferecerei uma cópia da revista.
Esta revista, tanto quanto eu a concebo, baseia-se fortemente num pequeno conjunto de ideias que não vou querer comprometer. São elas:
A poesia, ficção ou artigos publicados pela revista não são escolhidos em função de escolas ou movimentos poéticos. Entendemos a poesia como um instantâneo emocional de um momento dado e escolhemos poesia que seja expressão dessa concepção.
A revista não tem nem terá publicidade. Todo o seu espaço é para conteúdo.
Se algum autor sentir algum interesse em publicar, por favor envie o seu texto por email para
Na revista, não fazemos distinções entre autores publicados e autores estritamente inéditos. Se gostarmos do texto, publicamos. Se não gostarmos, não há nada a fazer.
Todos os emails enviando-nos conteúdo terão uma resposta, positiva ou negativa. O que não faremos quanto a textos recebidos é uma crítica detalhada.
E é tudo.
A revista é preparada e publicada por uma pequena equipa empenhada em produzir a revista no menor espaço de tempo possível. O ritmo estabelecido é o de cinco números por ano, todos eles com 60 páginas. Dos cinco números anuais, quatro serão publicados sem tema, mas o quinto número terá um tema a anunciar.
Boa leitura, então.
Armando Halpern